segunda-feira, 20 de junho de 2011

A história do samba
Saiba mais sobre o gênero que se transformou em identidade nacional e sofreu influências de diversos ritmos
a História do Samba

GRAZIELA SALOMÃO



O samba, como conhecemos atualmente, tem origem afro-baiana, temperado com misturas cariocas. Nasceu da influência de ritmos africanos, adaptados para a realidade dos escravos brasileiros e, ao longo do tempo, sofreu inúmeras transformações de caráter social, econômico e musical até atingir as características conhecidas hoje.
O gênero, descendente do lundu (canto e dança populares no Brasil do século XVIII), começou como dança de roda originada em Angola e trazida pelos escravos, principalmente para a região da Bahia. Também conhecido por umbigada ou batuque, consistia em um dançarino no centro de uma roda, que dançava ao som de palmas, coro e objetos de percussão e dava uma ''umbigada'' em outro companheiro da roda, convidando-o a entrar no meio do círculo.
Com a transferência, no meio do século XIX, da mão-de-obra escrava da Bahia para o Vale do Paraíba e, logo após, o declínio da produção de café e a abolição da escravatura, os negros deslocaram-se em direção a capital do país, Rio de Janeiro.
Instalados nos bairros cariocas de Gamboa e Saúde, eles dariam início à divulgação dos ritmos africanos na Corte. Eram nas casas das tias baianas, como Amélia, Ciata e Prisciliana, que aconteciam as festas de terreiro, as umbigadas e as marcações de capoeira ao som de batuques e pandeiros. Essas manifestações culturais propiciariam, conseqüentemente, a incorporação de características de outros gêneros cultivados na cidade, como a polca, o maxixe e o xote. O samba carioca urbano ganha a cara e os ritmos conhecidos.
Em 1917 foi gravado em disco o primeiro samba chamado ''Pelo Telefone''. A música, de autoria reivindicada por Donga (Ernesto dos Santos), geraria polêmica uma vez que, naquele tempo, a composição era feita em conjunto. Essa canção, por exemplo, foi criada numa roda de partido alto (pessoas que partilhavam dos antigos conhecimentos do samba e designava música de alta qualidade), do qual também participaram Mauro de Almeida e Sinhô (José Barbosa da Silva), que se auto-intitulou ''o rei do samba''.
Após a primeira gravação, o samba conquistaria o mercado fonográfico e, com a inauguração do rádio em 1922 - único veículo de comunicação em massa até então -, alcançaria as classes médias cariocas. O novo estilo seria, ainda, abraçado e redimensionado por filhos de classe média, como o ex-estudante de Medicina Noel Rosa e o ex-estudante de Direito, Ari Barroso, através de obras memoráveis como ''Tarzan, o filho do alfaite'' e ''Aquarela do Brasil''.
O advento do rádio ainda transformaria nomes como Francisco Alves, Orlando Silva e Carmen Miranda em grandes ídolos do samba.
As escolas de samba do Rio de Janeiro
Entre as décadas de 20 e 30, o gênero ganharia muitas variações tais como o samba-enredo, o samba-choro e o samba-canção. É desse período, também, o surgimento dos sambas criados para os grandes blocos de Carnaval. A primeira escola de samba surgiria em 1929 no Estácio - tradicional bairro de boêmios e da malandragem da cidade. Chamada de 'Deixa Falar', fez sua primeira aparição na Praça Onze como um bloco de corda e inovava no ritmo: a nova batida era capaz de contagiar qualquer folião, diferentemente dos sons anteriores mais monótonos.
No ano seguinte, novas cinco escolas surgiriam para participar do desfile na Praça Onze: a ''Cada Ano Sai Melhor'' (do Morro de São Carlos), a ''Estação Primeira de Mangueira'', a ''Vai como Pode'' (atual Portela), a ''Para o Ano Sai Melhor'' (do Estácio) e a ''Vizinha Faladeira'' (das redondezas da Praça Onze). Com a repercussão do gênero, a cada ano surgiam mais escolas para participar dos desfiles de Carnaval.

Dança de rua

   A dança de rua é uma dança que exige sim muito esforço, dança de rua é uma das dança mais divertidas, e muito legal de se admirar, eu gosto muito de dança de rua street dance.
Para quem dança exige muitos esforços e uma rotina puxada. Existem vários estilos, mas vamos falar do estilo dança de rua. Este estilo surgiu nos Estados Unidos por volta de 1929, a partir daí foram se modificando e atraindo cada vez, mas pessoas e admiradores que adiram dança. Na verdade tudo começou quando músicos de cabaré juntamente com dançarinos começaram a fazer seu show na rua.
O cantor James Brown que trazia um tipo de dança que chamavam de funk (não o funk que conhecemos do Rio de Janeiro) um estilo que era parecido com o de Michael jackson, Le Gusta, Paula Lima, Tim Maia, Jorge bem, Ed Mota e Seu Jorge o chamado Funk ‘n Lata , onde trás Olodum, Sandra de Sá, Thaide e Dj hum, Aretha Franklin, Marvin Gaye e Funkadelic. Em 1981 nos Estados Unidos foi que o Street Dance teve sua expansão e veio parar aqui no Brasil, com os dançarinos dançando e criando novas coreografias.
A dança de rua ou street dance como muito chamam, tem dois tipos tem uma que é ligada ao hip hop e uma segunda que vem de estúdios de dança esse sim chamado de street dance ele é mais elaborado e tem mais técnica. E como o blues que era uma música raiz dos negros e quando vieram para os centro das metrópoles criaram o Rhytm and Blues, o street dance não é diferente era um ritmo que se misturou e virou dança de rua. Muitos famosos que gostavam da dança como Elvis Presley e James Browm contruiram um seguimento e contribuíram para a dança e também para a dança de rua. 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dança do JAZZ


O Jazz é uma forma de dança moderna, que é fortemente influenciada pelos sons, ritmos, técnicas de jazz e música.
Como música jazz, o jazz dança é muito individual, com uma ênfase na valorização das competências individuais.
Como a música que inspirou, o jazz  tem as suas raízes na comunidade Africano-Americana nos Estados Unidos. Várias formas de jazz foram realizadas até o final dos anos 1800, e pela Primeira Guerra Mundial, tinha-se tornado uma dança bem aceita e bem conhecida.
Este estilo de dança passou a influenciar fortemente a Broadway e, por sua vez, Hollywood e também no balé e na dança moderna.
Nas  aulas de ballet, eles aprendem controle, habilidade, e condições para o seu corpo dançar.
Uma vez os bailarinos tendo a disciplina e técnica do balé, podem complementar com o jazz. Qualificados os bailarinos de jazz podem aparecer em grande demanda nos filmes, produções da Broadway, e em todo o mundo, com a possibilidade de trabalhar em uma grande variedade de estilos.
O Jazz é conhecida por ser fortemente imprevisível, graças às suas influências Africanas. As movimentações dos bailarinos de jazz podem ser lentas, graciosas ou eles podem se mover com agilidade e rapidez, executando saltos fantásticos e outras proezas.
Como resultado, eles devem ser fisicamente muito flexíveis, e muito preocupados com a música que a dança, o ritmo.
Esta forma de dança não tem necessariamente de ser realizada com a música jazz, embora muitas vezes seja, podem usam a criatividade e usar músicas de todos os estilos.

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Se você tiver alguma pergunta sobre o jazz por favor nos pergunte que estaremos dispostos a responder.

dança egípicia

Origem e evolução da dança através do tempo
 
Tanto as danças sagradas como as profanas existiam na Antigüidade, principalmente nas regiões junto ao mar do Mediterrâneo e no Oriente Médio. As pinturas, esculturas e escritos do antigo Egito fornecem informações sobre os primórdios da dança egípcia. Este povo dedicava-se principalmente à agricultura, por isso suas festas religiosas mais importantes se concentravam em danças para homenagear Osíris, o deus da vegetação. A dança também servia como entretenimento. Os escravos, por exemplo, dançavam para divertir as famílias ricas e seus convidados.
Os gregos antigos consideravam a dança essencial para a educação, para o culto e para o teatro. O filósofo grego Platão aconselhava que todos os cidadãos gregos aprendessem a dançar para desenvolver o autocontrole e o desembaraço na arte da guerra. Danças com armas faziam parte da educação dos jovens de Atenas e Esparta. Danças sociais eram realizadas em ocasiões festivas.
As danças religiosas desempenharam importante papel no nascimento do teatro grego. No século IV a.C., peças de teatro chamadas tragédias tiveram origem numa cerimônia de hinos e danças em homenagem a Dionísio, o deus do vinho. A emélia, uma dança cheia de dignidade executada nas tragédias, compreendia uma série de gestos conhecidos. Um bailarino experiente podia relatar todo o enredo da peça através desses gestos. As peças humorísticas chamadas sátiras, e as comédias gregas, incluíam músicas alegres.
Quando os romanos conquistaram a Grécia, em 197 a.C., tinham adquirido grande parte da cultura grega, inclusive a dança. Os artistas romanos dançavam ao mesmo tempo que faziam números de acrobacia e mágica. Alguns romanos importantes, apesar da popularidade da dança , a desaprovavam. Cícero, o famoso orador dizia: "Nenhum homem dança, a menos que esteja louco ou embriagado".
Muitas tribos da América do Norte dançavam para pedir chuvas e uma boa colheita. Várias danças religiosas ainda são realizadas atualmente.
Na Austrália, algumas tribos de aborígenes seguem o antigo costume de imitar os gestos da caça durante uma dança religiosa realizada antes da caçada. Em alguns vilarejos ingleses, as crianças dançam em torno de um mastro com fitas numa festa para celebrar a chegada da primavera, no dia 1 de maio. Esse costume vem das antigas danças religiosas dos romanos, que dominavam a Inglaterra do ano 43 d.C. até princípios do século V. No dia 1 de maio os romanos cultuavam Flora, a deusa romana da primavera, dançando em torno de um mastro enfeitado com flores.

Dança Indiana



 Para aprender a dança indiana, a bailarina precisa não apenas de uma grande dedicação técnica, mas, principalmente, de uma profunda e perfeita integração entre o corpo, a mente e o espírito.

 Entre as modalidades clássicas de danças indianas, o Bharatanatyam, cujos movimentos foram detalhadamente descritos no Natya Shastra, considerado o mais antigo texto existente sobre teatro, é a mais tradicional.

 Escrito em sânscrito, por volta do ano 2000 A .C., o Natya Shastra, composto de 36 capítulos com 6.000 versos e algumas passagens em prosa, tem sua autoria imputada ao sábio Bharata Muni, embora na Índia sua concepção seja atribuida ao próprio deus Brahma.
 O primeiro ensinamento do Natya Shastra diz que “o corpo inteiro deve dançar” e todas as posturas da dança indiana, com centenas de expressões corporais, possuem um significado simbólico e uma relação com a milenar cultura hindu.

 Vinculado ao culto de Shiva, o Bharata-Natyam indica "vinte e quatro movimentos para a cabeça inteira, quatro para o pescoço, seis para as sobrancelhas, vinte e quatro para os olhos, cinqüenta e sete para as mãos, nove movimentos de pálpebras, seis movimentos de nariz, seis de lábios, sete de queixo..."

 Além do Bharata Natyam, as principais danças clássicas da Índia são: Kathakali, Kathak, Manipuri, Kuchipudi, Odissi ou Orissi e Mohini Attam.
nesta dança ela faz seis movimentos com o nariz.



  

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Tipos de Sapatilhas de Dança


Olá,
Hoje gostaria de falar um pouquinho sobre sapatilhas. Sei que em muitos lugares deste imenso Brasil não existem todos os modelos, e as vezes por isso, muitas pessoas podem até nunca ter visto algum tipo destes que mostro. Não conheço todos os modelos existentes... mas vamos falar sobre os mais comuns.


 

Esta é a clássica sapatilha de pontas. Sonho de toda bailarina... Possui ponta de gesso que permite a bailarina bailar nas pontas dos pés. Possui uma infinidade de modelos, pois cada pé difere em sua largura, formato das pontas dos dedos, altura do peito do pé... e por ai vai... também diferem em sua dureza... Quanto mais experiente for o bailarino, mais firme (ou dura) deve ser o solado.


Sapatilha de Meia ponta: 
  
É a primeira sapatilha da bailarina. Pode ser de tecido (chamada de lona) ou de couro. Pode tambem apresentar variados modelos, como este da foto que cobre o peito do pé. Existem também modelos que utilizam a lona com um tecido elastico, dando uma sensação de aderencia nos pés... (footglove). As sapatilhas podem ter palmilha inteiriça ou recortadas.

Sapatilha Aranha

Esta sapatilha é feita com couro. É mais utilizada em dança moderna e jazz. É muito confortavel para os dias quentes, pois deixa o apoio (de meia ponta) do pé protegido mas todo o resto de fora. É um pouquinho mais cara que a sapatilha de meia ponta. Aqui em SP cerca de 20 reais.

Tenis de Dança


 A diferença deste tenis para o tenis de uso normal é que este não possui um solado interiço. A ausencia do solado no meio da planta do pé permite ao bailarino ficar em meia ponta e fazer a ponta com perfeição no tandi (por exemplo). Dançar com tenis é uma delicia... rsrs 
dança de casais
 
História da Dança de Salão As primeiras danças sociais, como eram chamadas as danças em casais, surgiram no séc. XIV. Eram a base dance (1350-1550) e o pavane (1450-1650), dançadas exclusivamente por nobres e aristocratas. Nos sécs. XIV e XVII a Inglaterra foi berço da contradanse, também só dançada pela Corte. A popularização das danças sociais deu-se em 1820 através do Minueto, desenvolvendo-se o cotillos e a quadrille. Já no início do séc. XIX ocorreram rápidas transformações no estilo de dançar. O minueto e a quadrille desapareceram e a Valsa começou a ser introduzida nos sofisticados salões de baile. Logo, a polka e, no início do nosso século, o two-step, one-step, fox-trot e tango, também invadem os salões. A dança social passa então a ser chamada de Ballroom Dancing. As primeiras documentações sobre Ballroom Dancing foram editadas pela Imperial Society of Teachers of Dancing. Profissionais ingleses percorreram vários países para encontrar a síntese de cada ritmo, codificando a forma de dançá-los e a maneira ideal de ensiná-los. Foram os ingleses que criaram as primeiras competições, hoje populares mundialmente, com grandes presenças de duplas americanas, canadenses, alemãs, francesas, escandinavas e japonesas. No Brasil a dança de salão foi introduzida em 1914, quando a suíça Louise Poças Leitão, fugindo da I Guerra Mundial, aportou em São Paulo. Ensinando valsa, mazurca e outros ritmos tradicionais para a sociedade paulista, Madame Poças Leitão não imaginava que iria criar uma tradição tão forte, seguida por discípulos que continuariam a divulgar a dança de salão, entre elas o Núcleo de Dança Stella Aguiar. No Rio de Janeiro a dança de salão cresceu nas mãos de Maria Antonietta, que, com várias correntes de professores, fazem o nosso bolero, samba no pé e samba de gafieira famosos no mundo todo.

Vida de Bailarina

QUEM NUNCA VEZ ISSO...
  •  Troca de Sapatilhas tres vezes por ano.
  • Dançamos ate quando estamos arrumando casa
  • Lembramos da sequencia quando estamos fazendo compras.
  • Trocamos collant, com as amigas.
  • Estamos em  todos os teatros e festivais de danças, seja dançando ou assistindo.
  • Assistimos todos os filmes de dança.
  • Os joelhos e os dedos todos estourados.
  • Temos quadros ou desenhos de dança.
  • Paramos para ver tudo que tem a vê com a dança.
  • Ouvimos musica de ballet.
  • E continuamos a dançar.
  • A dança vive em nossos dia-a-dia.

Uma história de bailarina

Conversando com uma pessoa que conhecia em Curitiba, fiquei conhecendo, também, a história de uma bailarina chamada Mônica Infante. Quem sabe vocês já ouviram falar dela.

"Bom, vamos ao que interessa. Eu, musa "fracassada" dos anos 80.

Desde que resolvi ser uma "bailarina de verdade", percebi que teria que enfrentar um árduo caminho para ter a aparência certa, isto é , ter um corpo perfeito, isto é, ser magra, muito magra, bem magra. Pratiquei vôlei e ginástica olímpica durante muitos anos da adolescência e por isso tinha um corpo forte e atlético. Não era gorda, apenas "gostosa", como ouvia sempre. Mas, com a decisão de sair de Juiz de Fora e ir para o Rio me dedicar a dança, a neurose das dietas começaram. Fiz todos os regimes que você possa imaginar. Dos mais loucos aos mais "saudáveis", como aqueles que envolviam uma outra filosofia de vida - a macrobiótica, por exemplo - a fim de obter o "corpo perfeito".

Quando cheguei em Londres, em janeiro de 1985, estava magérrima e cheia de vontade de "vencer". Após diversas audições, fui aceita para o curso que me tornaria uma "bailarina de verdade". Tudo estaria bem se, após 6 meses em Londres, eu não tivesse engordado 8 quilos. Isso punha em risco minha bolsa de estudos na London Studio Centre e também os exames para a Royal Academy of Dancing.

Recomecei a loucura das dietas. Ouvia falar de alguma e já ia fazendo. Porém, sabe-se lá por quais motivos, meu corpo se recusava a obedecer as ordens para perder peso. Das professoras e das companheiras de curso os textos eram sempre os mesmos: "Muito talentosa e dedicada. Olha como ela é flexível e 'en dehor'. Que 'expressão' quando dança. Porém, contudo, todavia, está tão gordinha, aliás, bem gorda. Deve dar para as aulas de contemporâneo e de flamenco". Meu grande sonho, a arte de dançar queria ficar para trás.

Eu adorava as aulas de contemporary e classical spanish, mas queria ser "uma bailarina de verdade", uma profissional da dança clássica. Meu treinamento mental e corporal era esse. Toda minha obsessão trabalhava nesse sentido.

O processo da bulimia chegou sem eu perceber. Em um processo de "emburrecimento", com tudo ficando menos esclarecido. De repente eu me vi em um canal tão maluco e alucinado que tinha certeza que só eu em todo o mundo estava passando por aquilo. Aliás, pensei que fosse eu que tivesse bolado o lance de vomitar. BINGO!!!! Tinha achado a fórmula mágica para poder comer, comer e comer e nunca mais engordar. Era fácil. Eu comia e ia ao banheiro. Enfiava a mão na garganta e vomitava. Tinha vezes que chegava a desmaiar. Só que não sabia que tinha desmaiado. Resultado: fraqueza, junto com uma depressão violenta e um corpo deformado tamanho o inchaço.

As regras eram simples: é PROIBIDO comer na frente das pessoas e é preciso mostrar desprezo por comida. Mesmo que sinta muita vontade, faça ar superior e diga que não entende porque todos querem que coma se não sente a mínima vontade. E o grande segredo e auto-punição para esse ar blasé é comer escondida bem sozinha no quarto do "hostel". Cardápio preferido: muito carboidrato. biscoitos maravilhosos, chocolate e muito cereal com leite. Depois - é lógico -, uma bela vomitada e tudo resolvido.

Gradualmente fui piorando até que o dentista com quem eu trabalhava nos weekends teve a sacada do que me acontecia e me deu um livro chamado BULIMIA. Nunca tinha ouvido falar nesse treco.Que coisa doida é essa? Fui para casa as 9pm e só parei de ler quando acabei a última página, na manhã seguinte. Estava em frangalhos.
- MEU DEUS! Não sou só eu!!!!!

Foi aí que eu saquei que estava realmente DOENTE, SERIAMENTE DOENTE, e que poderia até morrer. Porém, entre saber e tomar uma providência aconteceu um longo processo de resistência, vergonha e revelação.

Comuniquei-me com um conhecido psicanalista aqui no Brasil, que me recomendou um colega bem famoso em Londres. E lá fui (no pounds, just myself). Quando o cara me viu, ele percebeu que era muito grave e como eu não tinha dinheiro para bancar a consulta dele e meu inglês já era legal, ele me mandou para uma inglesa, sua parceira, que teve interesse em "salvar a minha vida de bailarina de verdade".