prevenção de lesões na dança
Hoje é comum observarmos bailarinas com lesões decorrentes da dança, sejam elas por entorses, quedas, estiramentos, desgaste de articulações ou por “over use” (excesso de uso) que tem como consequência as famosas tendinites.
Por isto, é tão importante que a bailarina saiba reconhecer os limites que seu corpo lhe impõe.
A professora deve estar sempre atenta e saber que cada indivíduo tem características particulares. Há pessoas que são mais flexíveis que outras, assim como algumas têm mais força muscular. Ela deve sempre estar pronta para orientar suas alunas da melhor forma possível, primando sempre pela integridade da saúde.
“Fico feliz em observar que a preocupação com a saúde e prevenção de lesões decorrentes da dança vem aumentando no meio artístico. Isto é um ótimo sinal, pois, exige que as professoras procurem ampliar seus conhecimentos, fazendo com que estejam melhores preparadas.”
Alguns cuidados básicos não podem deixar de serem tomados, como por exemplo a realização de um bom alongamento.
Observo várias situações em que bailarinas se esquecem de alongar-se antes de um show, como se a atividade física fosse diferente ou menos intensa do que a realizada durante as aulas de dança. É uma situação onde a bailarina deve estar muito bem alongada e aquecida, pois, é durante um show que ela precisa mostrar toda sua habilidade e técnica, exigindo assim muito mais de suas estruturas corporais.
ALONGAMENTO:
Alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade de algumas estruturas. A bailarina deve conhecer os principais músculos e sua localização para a realização de um bom alongamento. Manter uma postura adequada é fundamental.
O alongamento promove o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu comprimento.
Deve ser realizado no início das aulas com o objetivo de aquecer e aumentar a estensibilidade das fibras musculares e no término para relaxar os músculos que foram bastante exigidos durante a dança.
O alongamento não é garantia de prevenir lesões, mais irá preparar as estruturas para a atividade física e assim diminuir o risco de lesões.
Na Dança do Ventre existem algumas estruturas que são mais exigidas e às vezes até sobrecarregadas. São estruturas importantes que exigem nossa atenção. Especificamente na Dança do Ventre, estas estruturas são: Tornozelo, Joelho e Coluna Lombar.
TONOZELO:
A articulação do tornozelo, é uma estrutura que está muito exposta a risco de lesões.
Os entorses são comuns durante o ato da dança. É importante manter os pés bem estabilizados ao dançar para diminuir o risco de entorses e consequentemente o estiramento de músculos e ligamentos.
É importante saber que existem pessoas com uma maior instabilidade ligamentar e a articulação com mais mobilidade que o normal. As que possuem histórico de entorse de tornozelo são muito suscetíveis a recorrências.
Evite saltos muito altos ao dançar, pois eles desestabilizam e alteram o centro de gravidade do corpo, ocasionando alterações posturais e assim aumentando o risco de lesões.
JOLELHO:
Na dança, o joelho está exposto a atividades de impacto e grande atrito, o que
torna comum o desgaste e lesão articular. É uma estrutura que exige atenção da bailarina, pois é bastante complexa.
Ao realizar movimentos de shimies e outros que possam aumentar o atrito articular, é prudente manter os joelhos semi-flexionados.
Nunca deve acontecer o choque do joelho quando a bailarina faz uma descida para realizar movimentos no chão. Devem ser feitas adaptações no movimento para que isso não aconteça.
COLUNA LOMBAR:
A região da coluna lombar é extremamente delicada e complexa, também requer cuidados especiais. Está susceptível a risco de desgastes e lesões. Naturalmente é uma região que sofre de sobrecarga, principalmente por fatores posturais.
Na Dança do Ventre, a região lombar é bastante exigida. Durante a realização de qualquer movimento corporal é importante manter a pelve em retroversão (encaixada). Isso fará com que a bailarina mantenha uma postura adequada, prevenindo assim o desgaste das vértebras, a integridade dos discos intervertebrais e a saúde da coluna.
A bailarina deve sempre ter o cuidado de observar os sinais e sintomas. A dor e o desconforto são sinais de que alguma coisa está errada. Caso seja observado algum tipo de alteração, seja ela anatômica, biomecânica, fisiológica ou postural, a professora deve orientar a procura de um profissional adequado.
Por vezes, coisas importantes passam despercebidas e é fundamental que o profissional da dança esteja capacitado para orientar da melhor forma, pois questões simples fazem a diferença na integridade da saúde.
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